PENSE UMA COISA QUE ADORO COMER!
O Dia Mundial do Macarrão foi criado em 1995 em Roma, capital italiana, durante o primeiro congresso internacional sobre o alimento. De acordo com estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias, o brasileiro consome em média 6,6kg de macarrão por ano. Pouco perto da quantia devorada pelos italianos: 28kg, em média. O Brasil é o terceiro maior fabricante do mundo e desenvolve 30 variedades da massa. As secas representam 87% do mercado.
Para o chef italiano Gianni Carboni, diretor de qualidade da rede Spoleto, o macarrão (1)faz tanto sucesso porque é saboroso, combina com tudo e ainda é fácil de preparar. “Ele tem mais ou menos a mesma receita do pão, que tem a ver com a própria origem da alimentação básica. É um produto barato. Na recessão de 1929, governos aconselharam as pessoas a comerem macarrão. E, além de ter diversas variações, a massa vai bem com qualquer tipo de proteína: carne, peixe ou frango”, comenta.
Segundo o chef, o espaguete é, sem dúvida, o tipo de massa preferido dos italianos. Enquanto os brasileiros adoram um bom penne. “São os mais vendidos nas lojas. Acho que porque são os mais fáceis de comer”, acredita. O costume de cortar as massas longas, como o espaguete e talharim, é considerado um crime na Itália. A forma adequada de comer é enrolando o macarrão no garfo para degustar melhor o molho que o acompanha.
O segredo de um bom macarrão está nos detalhes. Para começar, os ingredientes devem ser de boa qualidade. A massa tem suas variações, mas a base quase sempre é feita de farinha de trigo, água ou ovo. “A matéria prima é muito importante. As melhores massas tem sêmola de trigo duro. Se ela for seca, é preciso ter uma secagem mais longa. Quanto mais rápida a secagem, menor a qualidade do macarrão”, ensina Carboni. Ele explica que quanto mais escura for a massa, menores são o tempo de secagem e sua qualidade.
O cozimento deve ser feito com bastante água e um fio de óleo ou azeite. Outro costume dos brasileiros que para os italianos não faz sentido é o de passar o macarrão na água fria depois que ele já está cozido, esperando pelo molho no escorredor. “Juntar a massa com o molho ainda na panela é o que deixa o prato saboroso”, revela. O molho precisa ter ingredientes frescos e harmônicos. “As variedades são infinitas. São mais de 100 tipos e formatos de macarrão, então o complemento tem de gerar uma certa alquimia”, diz o chef.
“O macarrão é um prato único, por isso faz tanto sucesso. Ele não precisa de muita coisa para ficar saboroso. E tem opções que conseguem atender a todos”, explica a dona do Gatto Nero, Simone Gasparotto.
1 - Longa história
A palavra macarrão vem do grego antigo makària, que significa caldo de carne enriquecido com farinha de trigo e cereais. A palavra derivada macaronis foi utilizada em 1279, em um inventário do soldado genovês Ponzio Bastione, que deixou de herança para a família uma “cesta de massas”. Há quase mil anos, surgiu na Sicília o verbo maccari, que quer dizer esmagar ou achatar com muita força.
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