segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A MAGIA DO CINEMA

Iaê Pessoal?! Blz?

Lembro-me bem do filme O casamento dos Trapalhões, assim como tantos outros filmes dos Trapalhões que marcaram não só a minha infância, mas como a de milhares de Brasileiros. Mais ainda lembro-me perfeitamente da ocasião que eu o assisti. Com certeza não foi à primeira vez que fui ao cinema (devo ter assistido A filha dos Trapalhões, ou algum outro antes), mas aquele dia ocupa em meu imaginário um lugar bem especial.

Foi lançado em 1988, tinha 6 anos, mainha, de férias, e Titia Juraci pegaram a mim e a minha irmã e fomos andando de casa, pelo bairro da Boa Vista, no Recife, até o grandioso Cinema São Luiz - que naquela época parecia muito maior - no centro da cidade, que já teve muito mais cinema, do que simplesmente, o Multiplex do Shopping Boa Vista. Existiam o Trianon, Veneza, Ritz e Astor, além do Moderno e Art palácio - que eu não cheguei a conhecer - infelizmente todos fechados ou exibindo filme pornô.

Como foi longa a caminhada, hoje sei que não demora mais que 20 minutos, assim que entramos no cinema compramos refrigerante, pipoca e um chocolate para cada, qual a graça de cinema sem isso? Fiquei perplexo com a grandeza e beleza do interior do São Luiz, e ao apagar das luzes e acender o projetor, algo em minha vida aconteceu: o encantamento daquele momento, daquelas imagens, os trapalhões, os menudos, as namoradas, as paqueras suaves, a briga engraçada e a comédia simples e sem maldade, que só eles sabiam fazer, tudo isso marcou-me profundamente, até um mulher bem mais velha que estava ao meu lado e ria descontroladamente até mais do que eu, chegava a fazer raiva.

Nunca mais o cinema saiu da minha vida. Ora mais, ora menos, sou capaz de rememorar minha adolescência, minhas crises, alegrias, tomadas de decisões, angustias, meus amores e decepções, enfim, minha existência, pelos filmes que vi e pelos que deixei de ver.

O cineasta francês François Truffaut (1932-1984) afirmava que não estava convencido de que a vida era mais importante que o cinema. Não chegaria a tanto, mas por certo minha vida teria sido outra se na fosse o cinema. Tanto assim, que a cada semana, continuo declarando meu profundo amor pela sétima arte. Esse sentimento é tamanho que gostaria de dividir com o maior número de pessoas o prazer que me dá assistir a um filme.

O que desencadeia nos indivíduos – mesmo naqueles que, por qualquer que seja motivo, têm menos acesso às peculiaridades dessa arte – tamanha emoção? Por que essa arte é tão fascinante? Por que ela pode transformar a vida e a sociedade? Como podemos contribuir para que um número cada vez maior de pessoas possa ir ao cinema, acessar sua linguagem, ampliar seu prazer, exercer com mais clareza suas escolhas? Qual a importância de uma educação cinematográfica em um mundo de imagens em que signos e símbolos desfilam a cada segundo à nossa frente, ajudando a construir nossas representações, nossos valores?

Quando falar de cinema aqui no Blog pretendo me aproximar dessas questões. E não querer ser uma coluna de crítica profissional de cinema, até porque não é minha formação - sou Bacharel em Turismo e Especialista em Lazer - mas tentar passar aos leitores um pouco de Educação para o cinema. Contar como o cinema surgiu, qual o papel do diretor, do roteirista, do diretor de arte final, o que é fotografia de um filme, a importância do cinema para o turismo e tantos outros termos e curiosidades da tão fabulosa 7ª arte. Mas claro que falarei de alguns filmes e farei indicações de outros que me tocaram e me marcaram, até porque os filmes são especiais pela maneira que mexem com cada um de nós.

E quem sabe com a participação de todos os cinéfilos da cidade consigamos desenvolver o Clube do Cinema de Garanhuns, para trocarmos idéia antes de assistirmos aos filmes e fazermos uma reflexão após, e assim possamos afastar o hábito do mau espectador, que é freqüentar o cinema e depois ir embora do mesmo jeito que entrou, sem levar nenhuma marca do filme.

Até a próxima. Abraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaço, com PERNAMBUCANIDADE

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