Iaê?! Blz?!
Acareado na última quarta-feira na Câmara dos Deputados sobre a Operação Voucher, o ministro do Turismo Pedro Novais (PMDB-MA) defendeu seu ex-assessor imediato Frederico Silva da Costa que, depois de preso e libertado na semana passada, acabou constrangido a pedir demissão do cargo de secretário-geral do ministério.
Além de afiançar que Costa era um dos seus funcionários "mais conceituados", Novais disse no depoimento à Câmara que não sabia das possíveis irregularidades em convênios com ONGs de fachada que, a pretexto de capacitar profissionais da área de turismo, parece mesmo ter desviado verbas públicas para particulares.
Atrás da apuração das denúncias, o Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando convênios firmados pelo Ministério do Turismo desde 2008.
Novais, é verdade, assumiu o cargo de ministro do Turismo (sem ser do ramo) em janeiro de 2011, por indicação do presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).
Nesse meio tempo, nos primeiros meses de 2011, quando ele já estava à frente do Ministério, a verba destinada aos tais convênios suspetíssimos pode ter alcançado, de acordo com o TCU, R$ 143 milhões.
O TCU determinou o bloqueio de bens de 25 pessoas, mas Novais parece determinado a fazer o papel de avestruz, posando de desinformado no assunto e declarando que não tomou conhecimento das possíveis irregularidades do convênio com a ONG de fachada Ibrasi, cuja sede principal fica no Amapá, porque "só toma conhecimento de casos graves."
Seria para rir, se não fosse um escárnio.
Augusto Nardes, ministro do TCU, desconfia que o modus operandi usado pela tal ONG fajuta do Amapá não aconteceu somente lá, fato que está sendo investigado e que precisa vir à baila antes que a operação abafa enterre as possíveis evidências de falcatrua que o ministro do Turismo diz que não viu acontecendo.
Enquanto isso, no mundo real do turismo brasileiro, o dia a dia é de dar dó.
No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), um em cada 4 voos atrasa, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); as obras e as verbas envolvidas na preparação da Copa-2014 ainda não foram bem explicadas; e o país recebe pífios 5 milhões de turistas estangeiros anualmente, num desempenho lamentável que coloca o Brasil entre os menos eficientes do mundo no setor de viagens.
Quem pensou que esse episódio poderia ser o começo de uma faxina do governo federal no Ministério do Turismo, corre o risco de se decepcionar. Seria uma oportunidade única de começar certo e de começar direito, colocando gente proba e que entende do assunto à testa do ministério do Turismo. Mas, a julgar pela desvenvoltura com que Pedro Novais se movimenta em meio à crise que tragou a sua pasta e fez alguns de seus assessores dormirem na cadeia, ainda que por pouquíssimo tempo, vamos continuar na mesma.
Pensando Bem: Assino embaixo.
Até a próxima.
Abraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaço
Com PERNAMBUCANIDADE
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